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Construção Civil mantém crescimento e salário médio de admissão em alta, apesar dos desafios econômicos

Em março de 2025, a construção civil se destacou como o setor com o maior salário médio de admissão do país, alcançando R$ 2.420,97, acima da média nacional de R$ 2.225,17. No trimestre encerrado naquele mês, o setor registrou a criação de 100 mil novas vagas com carteira assinada, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O número total de trabalhadores formais na construção civil chegou a 2,958 milhões, o que representa um aumento de 3% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) atribui o crescimento na remuneração à entrega de projetos de habitação e infraestrutura no Brasil. Segundo o presidente da CBIC, Renato Correia, “mesmo diante das pressões de custos e da taxa de juros ainda elevada, a construção civil mantém um ritmo relevante de geração de empregos formais. Além disso, o destaque no salário médio de admissão pode refletir a maior qualificação profissional e a maior complexidade das obras em andamento.”

Neste ano, a taxa de juros elevada continua sendo a principal preocupação da construção civil, em um cenário onde os custos do setor voltaram a crescer acima da inflação oficial. Na última semana, a CBIC apresentou os indicadores econômicos do primeiro trimestre de 2025 e as perspectivas para o restante do ano.

Apesar dos desafios econômicos, a CBIC mantém a previsão de um crescimento de 2,3% para o setor, impulsionado principalmente pela ativação da faixa 4 do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

A taxa Selic, que atingiu 14,75%, o maior nível em quase 20 anos, segue como o principal obstáculo para o setor. “Os juros elevados continuam sendo o maior problema, seguidos pela alta carga tributária e, por fim, pela escassez de mão de obra. Além disso, observamos que os custos voltaram a crescer acima da inflação”, afirmou a economista-chefe da CBIC, Ieda Vasconcelos.

Ela destacou a pressão sobre o custo de materiais, mão de obra e a taxa de juros, além da possibilidade de estagnação da renda dos compradores no futuro. “Precisamos estar atentos e investir nas opções de crédito disponíveis”, afirmou.

Ieda também ressaltou os impactos da alta taxa de juros sobre o crédito. “A queda na captação da poupança compromete uma das principais fontes de financiamento do crédito imobiliário. É fundamental reduzir os juros para aumentar a demanda e acelerar o ritmo de lançamentos”, explicou.

Nesse contexto, ela destacou a relevância da implementação da faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida. “Esse programa traz um alento diante de um cenário tão desafiador, com os juros em níveis tão elevados”, avaliou.

A CBIC observou que, em 2025, o acesso ao crédito será um tema crucial. Embora a perspectiva para a atividade do setor seja positiva, o financiamento continua sendo um desafio, especialmente para famílias de renda intermediária.

“Há demanda e crédito disponíveis. O FGTS investirá R$ 127 bilhões, e a extensão da faixa 4 do Minha Casa, Minha Vida injetará mais R$ 30 bilhões, o que ajudará a atender parte do segmento. No entanto, para imóveis acima de R$ 500 mil, a concessão de crédito será mais seletiva devido à redução de recursos provenientes da poupança”, explicou Renato. “Isso significa menos oportunidades de compra, principalmente por meio de crédito”, completou Ieda.

A alta dos juros também contribui para a saída de recursos da poupança, a principal fonte de financiamento do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). No primeiro trimestre de 2025, a captação líquida foi negativa em R$ 34,6 bilhões, superando a perda registrada em todo o ano de 2024, que foi de R$ 21,7 bilhões. Desde 2021, a poupança já perdeu R$ 244,4 bilhões.

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